terça-feira, 29 de outubro de 2013

Não é só o PlayStation


     PlayStation 4 custando R$4000,00. Reclamações, piadas. Mas tem gente que compra. Assim como tem gente que compra itens de luxo parcelados no cartão em não sei quantas vezes. Poxa, se você não pode comprar uma bolsa por R$5000,00, você não deveria comprar por 10 vezes de R$500,00, pois acho que esse dinheiro teria melhor uso para você. Você não precisa da bolsa, mas acha que será mais bem visto pela sociedade caso a possua. O que falta em você é algo mais profundo para ter essa necessidade toda de status, só que você está procurando no lugar errado. Comprar essas coisas caras, ainda mais sem poder, só para aparecer, não vai fazer você sentir uma paz interior maior. E se fizer, algo está bem errado com suas prioridades.
     E seu consumo cultural, como vai? E a educação do seu filho, como vai? Não só com relação a escola que ele frequenta, mas seu desenvolvimento intelectual e seu desenvolvimento de visão de mundo, como vai? E seu relacionamento com familiares e amigos, são baseados em que? Quais os sentimentos das pessoas próximas? O que você gosta de fazer? Qual é sua aspiração na vida, o que a voz dentro de você diz que é sua missão aqui? Como está a comunidade ao seu redor? Você respeita o que está a sua volta?
     E as pessoas têm vergonha de pechinchar, de perguntar o preço, de achar as coisas com o preço abusivo. Pessoas que estão enforcadas com suas dívidas e não acham caro pagar R$80,00 em uma blusa com péssimo tecido, péssima qualidade, péssima costura, péssimo corte. Gente, isso não é normal! E é claro que, percebendo que as pessoas estão dispostas a pagar o que for, se cobra cada vez mais caro. Tá, se cobra cada vez mais caro por diversos motivos, o comerciante às vezes não tem muita saída, já que tem custos para a manutenção de seu negócio cada vez mais exorbitantes, também exagerados, também pesa demais.
     Mas aqui as pessoas parecem querer objetos por motivos diferentes dos que deveriam existir para a necessidade de um objeto. Pessoas não querem um objeto por ele ser legal, funcional ou mesmo bonito, querem para ter o que todo mundo tem. E ser só mais um. Com a mesma casa, o mesmo carro, as mesmas roupas, o mesmo cabelo, os mesmos pensamentos, a mesma linguagem, os mesmos gostos, a mesma personalidade. E com vergonha se algo sair disso. Ah, se algo foge disso, o envergonhado corre para consertar... gastando mais dinheiro sem poder gastar.


 
(Imagem: naftalina.net)

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