Não sei se é coincidência, um sinal do
Universo, ou algo que meu subconsciente me fez buscar, mas, ultimamente, acabei
me deparando muito com textos sobre o que seria o mais importante da vida, o
que existe de mais profundo, sobre pensar nos mistérios da vida, sobre como
viver melhor e priorizar o que realmente deve ser priorizado.
Não podemos negar que tudo o que está ao
nosso redor é muito misterioso. Não sabemos exatamente de onde as coisas vieram
e para onde elas vão. Não pensamos em como tudo é muito, muito grande e em como
somos muito, muito pequenos e muito ligados ao todo e em como, ao mesmo tempo,
cada coisa é tão única e especial e em qual a explicação para esse fato tão
magnífico ser assim.
Mas, apesar de termos uma vida grandiosa e
misteriosa, um Universo em que a própria vida parece um milagre e em que cada
momentinho deveria ser tratado como o mais precioso de todos (já que é, na
verdade, o único que existe - link para post), percebemos uma estrutura que
parece querer nos fazer esquecer isso e nos sentirmos diferentes. E, às vezes,
essa estrutura consegue.
Se pensarmos, não sei se de propósito ou
como consequência de como as coisas foram fluindo antes de estarmos no presente
momento, podemos, em algum ponto, pensar: “poxa, não é que parece que a
sociedade é estruturada de maneira a nos fazer dar importância a coisas que não
são a base da vida?”. E isso acontece justamente de forma a manter a própria
estrutura da sociedade.
Podemos perceber isso quando gastamos
dinheiro em coisas desnecessárias ou que não nos proporcionam felicidade
duradoura para sustentar parâmetros colocados pela própria sociedade. Podemos
colocar mais ou menos assim: algo é padrão, encaixa-se o que existe no padrão,
cria-se um novo padrão, encaixa-se o resto no padrão, muda-se o padrão, tudo
deve seguir o padrão e ficamos presos nisso, a cada passo que damos em direção
a nos encaixarmos, nos sentimos mais desencaixados. Não porque fomos falhos em
mudar o que nos fizeram acreditar que tínhamos que mudar, mas porque a cada
passo que damos, queremos mais estar corretos e cada detalhe é percebido como
errado. E o padrão vai sendo mudado também, exigindo constantes enquadramentos.
Aparências, comportamentos. Só que isso nem sempre (quer dizer, na maioria das
vezes) não bate com o que vem da alma de cada um.
E além da pessoa que cai nisso não levar
em conta sua alma somente para se enquadrar, ela acaba apresentando
comportamentos de auto-afirmação, sem levar em conta o todo. Não seria mais
legal sermos legais conosco e ao mesmo tempo não prejudicarmos o outro (e, se
possível, até beneficiar o outro também)?
Podemos ser atingidos pela pressão do que
o padrão espera de nós quando estamos exaustos por trabalhar muito em algo que
não gostamos realmente e por essa sensação de estar contra nossa própria
natureza ao sermos acordados pelo despertador e sermos obrigados a fazer as
mesmas coisas e sair de casa e ter mais um dia como o outro sem ao menos saber
muito bem o porquê.
E você está exausto de ter feito tanto
dessas coisas e tudo que queria era um pouco de descanso, diversão e
experiências enriquecedoras, mas se vê preso a hábitos que servem para pagar o
que você sente que precisa e você faz mais e mais do que não quer. E acaba
passando a maior parte do tempo com pessoas chatas ou que não tem nada a ver
com você, só porque faz parte do pacote, em vez de passar tempo com quem
realmente importa.
Muitos desses comportamentos nos expõem
ainda mais às exigências da sociedade, o que faz com que cada pequeno gesto
contribua para um efeito maior: a retirada de todos os recursos que vão
aparecendo pela frente, sem a preocupação com as consequências. Como se as
consequências fossem longínquas ou algo que não tem muita possibilidade de
acontecer. Ou, com um pouco de egoísmo, pessoas pensam que as consequências ficarão
só para os que virão depois. Mesmo que assim fosse, é nossa obrigação preservar
o que existe e o que nos é concedido. Mas as consequências já estão aí.
A Terra está enfraquecendo, estamos com
problemas em diversas esferas (água acabando, temperatura desregulada,
violência que não muda, falta de respeito às diferentes formas de vida na
Terra). Tudo por ganância, para uma pequena parcela parecer bonitinha e
satisfazer caprichos. Sendo que na maioria das vezes, a satisfação de caprichos
pode nem trazer felicidade para esses que estão brigando para ver quem tem
mais. A Felicidade Verdadeira não tem origem em violência e em satisfação
superficial do ego, em prejudicar o outro. A Felicidade Verdadeira vem do Amor.
E as pessoas continuam a se comportar
dessa forma mesmo enxergando as consequências, comprando a idéia de que se pode
comprar a evolução verdadeira em suas vidas, mas sem perceber que isso, no fim
das contas, não leva a nada. Você deve aproveitar a sua vida e as coisas
mundanas, elas existem e são legais, mas e o resto? E o que realmente te fará
feliz? Qual o antídoto para toda a loucura do mundo?
Devemos dar importância ao que realmente
importa e pensar no Todo que existe ao redor de cada um, devemos pensar que
somos parte do Universo e fazemos parte dessa energia. Somos uma manifestação dela.
Temos a felicidade dentro de nós e nossa felicidade pode fazer o Todo mais
feliz.
O que isso tem a ver com os mistérios da
vida? É que nunca teremos as respostas sobre o Universo, mas podemos tentar
fazer o que está ao nosso alcance para modificar essas incongruências que
enxergamos, diminuir a distância do que sentimos no fundo da alma ser
importante e o que a sociedade diz ser importante, para a vida ser mais
produtiva no sentido de fazer mais sentido. Podemos diminuir um pouco a
importância que damos às coisas não importantes, às coisas superficiais.
E talvez o caminho não seja mais bater de
frente com tudo o que enxergamos de errado, como há muito se tem visto. Existem
coisas que devem sim ser enfrentadas, mas tem coisas que só ficam mais fortes na
medida em que damos mais atenção para elas. Para transformar o mundo, podemos
começar dando o exemplo de como achamos que tudo poderia ficar melhor. Reclamar
do outro e apontar o dedo na cara pode não ajudar muito. Mas mostrar seu lado
bom e legal pode fazer o outro pensar e querer fazer igual. E também podemos
aprender a doar um pouco, não só tomar, tomar e tomar. O relacionamento com o
mundo é uma via de mão dupla.
Talvez o caminho seja adquirir e melhorar
a habilidade na percepção do que faz bem para si mesmo e para os outros, e,
consequentemente, desenvolver comportamento enriquecedor de felicidade. Não
sabemos sobre os mistérios do Universo, mas sabemos como agir para organizarmos
o que conhecemos para que todos possam aproveitar da melhor forma.
Observação
sobre um pequeno detalhe: Não me julguem por não gostar de escrever
"ideia" no lugar de "idéia" (também gosto de
auto-afirmação). Isso é um assunto para uma nova reflexão, mas por enquanto a
palavra só saiu assim. A idéia do post que você acabou de ler não sofreu
qualquer mudança por conta disso.