Pensando um pouco sobre hábitos, percebi que às vezes não
termino o que começo. Não é que eu não
queira concluir as coisas, mas começo muitas coisas e tem vezes em que não dá
tempo. E, não dando tempo, não vai dando mais vontade.
E isso parece ser mais comum do que eu
pensava. Vontades, sonhos, projetos, objetivos, deixados de lado ou deixados
para depois. Pessoas que adiam o aprendizado do que sempre sonharam, deixam
para outra hora aquele curso ou aquela atividade legal. Pessoas que deixam para
ano que vem e depois o outro e depois mais outro um planejamento concreto para
trocar de emprego, indo para outro que seja mais satisfatório. Ou que vão se
esquecendo do que seu coração pede em meio a suas rotinas. E, por vezes, essas
pessoas se lembram, pensam em tomar uma atitude, mas acabam não o fazendo. Ou
até dão um pequeno passo, mas só um. E se esquecem do que estavam fazendo de
novo.
E isso
acontece não só em grandes projetos, vontades e decisões. Vemos isso também
naquela arte, artesanato ou carpintaria que alguém começa e não termina.
Naquele texto que ficou escrito pela metade. Naquela pilha de coisas para serem
lidas, que nunca são e só continuam a existir ali, em forma de coisas a serem
lidas. Ou naquela redecoração da casa, que fica só na mente. Ou até é iniciada,
mas fica sempre com um pedacinho por fazer deixado para depois.
Será que é
excesso de coisas? Talvez valha mais a pena começar menos coisas e realmente
terminá-las, com dedicação e empenho, do que começar muitas coisas e nunca
terminá-las. Ter menos acaba sendo
melhor (ter em sentido de ter contato com). E, acho que isso realmente acaba
nos proporcionando fazer o que queremos de uma melhor forma.
Sabe aquilo de
se dedicar ao presente? Então... Escolher algo e realmente se dedicar a isso.
Porque assim, pelo menos existe uma coisa bem feita e não muitas coisas a
fazer, que provavelmente nunca serão feitas e ficarão como ficam objetos
acumulados em nossas casas, só que em nossas mentes.
Além do mais,
ter coisas “interminadas” dá a sensação de que estamos empacados e realmente
pode causar a sensação de estagnação na vida. Podemos nos sentir
sobrecarregados, porque temos inúmeras atividades e projetos e percebemos que
não estamos conseguindo dar conta de tudo.
É válido
começar algo e depois, caso perceba que não quer realmente fazer aquilo,
simplesmente deixar de lado. Porque estamos aqui para testar as coisas, para
descobrirmos do que gostamos mais, do que gostamos menos. E dar passos para realizar
coisas é um modo de descobrir. Mas, aí é que temos que prestar atenção. Temos que
ter a coragem de abandonar o que não está mais dando certo, para que surja
espaço para coisas que realmente podem funcionar. Ou, então, temos que parar de
ter preguiça e aumentarmos nossa dedicação ao que dá certo, para que possamos
dar um passo efetivo em direção às coisas que realmente buscamos em nossa
essência.
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